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Apresentação


Diretrizes políticas - A diversidade biológica é estudada por pesquisadores em todo o mundo, tendo sua documentação básica abrigada nas coleções científicas (Prudente, 2003). É proposta do Ministério do Meio Ambiente - MMA estabelecer até 2010, duas metas: uma lista amplamente acessível das espécies brasileiras formalmente descritas de animais vertebrados, animais invertebrados, microorganismos e plantas; e um Programa Nacional de Taxonomia formalizado com vistas a um aumento de 50% do acervo científico com ênfase na descrição de espécies novas (MMA, 2006). O Ministério de Ciência e Tecnologia – MCT estabeleceu como objetivo central do Programa de Pesquisa em Biodiversidade - PPBio articular a competência regional e nacional para que o conhecimento da biodiversidade brasileira seja ampliado e disseminado, estabelecendo como primeiro critério o “Inventário e Caracterização da Biodiversidade” (Brasil, 2002).

Espírito Santo - O estado do Espírito Santo vem sofrendo pressão antrópica em sua biodiversidade, face ao desenvolvimento impelido, sobretudo na fronteira de petróleo e gás, exploração de rochas ornamentais, cultura do café e produção de papel e celulose. Este fato gera a necessidade de fomentar pesquisas científicas, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre essa biodiversidade. A inexistência de relação completa e atual dos peixes que ocorrem nas bacias hidrográficas e ao longo da costa do Espírito Santo, associada ao pouco conhecimento sobre a distribuição espacial e as abundâncias no ambiente natural, representa um grande problema (Vieira & Gasparini, 2007).

MBML - O Museu de Biologia Prof. Mello Leitão foi fundado no ano de 1949 e abriga as mais antigas coleções biológicas existentes no Estado do Espírito Santo. O fato de serem coleções cinqüentenárias, em processo de ampliação contínua, garante, por um lado, grande representatividade em termos de diversidade de espécies e, por outro, abrangência geográfica. Assim, através do estudo de seu acervo é possível recuperar importantes informações relativasà biodiversidade neotropical, bem como elucidar problemas de ordem taxonômica e filogenética envolvidos. Uma análise preliminar das localidades do Espírito Santo representadas pelo acervo do MBML e por outras coleções brasileiras indica registros muito irregulares, com grandes áreas praticamente não amostradas (Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro, 2008). Este fato traz dificuldades para tentar estabelecer um quadro de distribuição das espécies no Estado. A inclusão do MBML no projeto “Gestão da Informação sobre a Biodiversidade no Estado do Espírito Santo” (MCT-FAPES) permite grande saltoqualitativo em termos de viabilização técnica das coleções biológicas do Museu Mello Leitão.

Biogeografia – A biogeografia consiste no estudo da distribuição geográfica de formas vivas (Crisci et al., 2003). A fase inicial dos estudos biogeográficos consiste na análise de áreas de distribuição geográfica de determinados taxa. Para responder as diferentes questões propostas pela biogeografia, precisamos delimitar a área considerada. Para esta delimitação dois conceitos são relevantes: áreas de distribuição e áreas de endemismo. Área de distribuição é uma região na qual determinado grupo taxonômico está distribuído (Cain, 1944). Existem diversos métodos para definição de áreas de distribuição, discutidos em Sarmento-Soares (2007). Basicamente os registros biogeográficosdas áreas de distribuição para determinados taxa consistem na representação destes em um mapa da área de estudo. As reconstruções de áreas de distribuição baseiam-se em literatura, espécimens de coleções e inventários biológicos. A confiabilidade de tais informações, quanto a identidade e registro, é determinante para a proximidade dos dados plotados com a real distribuição dos taxa na área. Área de Endemismo diferencia-se da distribuição geográfica pelo fato de que nesta deve haver a sobreposição na distribuição de dois ou mais taxa. A delimitação das áreas de endemismo é um dos passos fundamentais e ao mesmo tempo um dos mais problemáticos para estudos biogeográficos (Crisci et al., 2003). Para delimitar áreas de endemismo precisamos assegurar a identidade das espécies em estudo e dispor de informação correta acerca dos registros geográficos; sem os quais haveria o risco de incongruências na distribuição.

Abordagem - O conhecimento incipiente acerca da diversidade ictiológica no estado do Espírito Santo é um indicativo da necessidade imediata de estudos direcionados no sentido de sua melhoria. Faz-se necessário um projeto que trabalhe qualitativamente na atualização das identificações taxonômicas de espécies de peixes cadastradas na coleção científica, na potencial revisão de tais espécies e na formalização de descrições de novas espécies quando for ocaso. A revisão da identificação não pode se limitar às coleções do MBML e precisa ser extendida às demais coleções com representatividade significativa de peixes do Espírito Santo. Amostragens complementares de peixes em regiões pouco ou nada representadas em coleções, com detalhada identificação taxonômica, completariam as condições necessárias para seestabelecer um conhecimento representativo da diversidade de peixes no Estado. O estabelecimento de chaves regionais para reconhecimento de alguns grupos representa um complemento, na ausência de chaves de identificação publicadas. O reconhecimento dos padrões de distribuição das espécies é outra lacuna que pretende ser preenchida através da presenteproposta. O mapeamento das espécies estabelecendo sua distribuição geográfica e o estabelecimento das áreas de maior endemismo para peixes de água doce no estado irá disponibilizar informações para indicação de regiões mais adequadas, do ponto de vista da ictiologia, para a criação de unidades de conservação.

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